terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Cavalinho Branco


tranquilidade
Upload feito originalmente por ceciverdadeira

À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!

Fonte: Cecília Meireles
ID: 828

domingo, 22 de agosto de 2010

Vestígios da Noite

Para refletir

Pergunta:
É possível conciliar as duas dimensões de felicidade: a individual - o que seria particularmente importante - e a coletiva?

Resposta do Leonardo Boff:
Creio que a felicidade resulta de relações que faço boas para comigo mesmo e boas para com os outros, a natureza , o todo. E para com Deus, a realidade mais suprema. Então, a felicidade não pode ser alcançada diretamente, é fruto de coisas que acontecem antes. E o ser humano é um nó de relações. Como diz Carlos Drumond: "Estou diluído dentro da natureza, floresço com os ipês". Essa percepção dá um sentido mais profundo à felicidade. É impossível alguém ser feliz sabendo que seus irmãos estão morrendo de fome e sede, outros estão sendo vítimas dos vendavais que destroem. Mesmo assim, pode criar um núcleo profundo de serenidade e de paz quando integra o negativo pessoal e o negativo das coisas e faz uma síntese cujo efeito é uma felicidade possível aos humanos, em um mundo que, em grande parte, é inumano.
(parte de entrevista concedida à Ana Mary C. Cavalcante, jornal O Povo - Ceará, publicada em 02/08/2010

Procuro despir-me...



"Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras
Desembrulhar-me e ser eu..."

Alberto Caieiro

terça-feira, 17 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Só faltava essa...

Recebi, através do Boletim Informativo do Senador Inácio Arruda, a grande notícia:

"Foi aprovado nesta quarta-feira (04.08), na Comissão de Assuntos Sociais, em caráter terminativo, o Projeto de Lei do Senado – PLS 417/09, de autoria do senador Inácio Arruda, que dispõe sobre aposentadoria por idade para repentistas e cordelistas. O senador Garibaldi Alves Filho foi o relator da matéria. Na ocasião o parecer favorável a aprovação da matéria foi lido pelo relator "ad hoc", senador Paulo Paim. O projeto segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados.

De acordo com o projeto, repentistas e cordelistas poderão requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante dez anos, contados do dia 1º de janeiro de 2010, desde que comprovem o exercício da atividade artística, ainda que descontinua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idênticos à carência do referido benefício.

O senador Inácio Arruda justifica sua propositura, lembrando que os repentistas e cordelistas possuem uma importância fundamental na cultura popular e regional brasileira, mas não têm sido devidamente valorizados. Para o senador, a legislação previdenciária não pode deixar passar ao largo essa categoria profissional que, embora informal, muito tem contribuído para a formação da cultura popular do nosso país."

Assessoria do gabinete do senador

Depois não sabem "Eles" porque a Previdência está falida.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Feliz Dia dos Pais!

Todos os dias são dia de lembrar,
porque o passado não pode ser apagado.
Todos os dias são dia de recomeçar,
porque o passado é somente passado.
ceci agapinheiro

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Debate ou Demagogia?

Leio no noticiário de hoje que a audiência ao debates dos candidatos a Presidente nas próximas eleições brasileiras foi pífia.
Também pudera! Não precisamos ficar ouvindo demagogia para escolher em quem votar. Eu, pelo menos, dispensei. E nenhum debate vai mudar meu voto, que já está definido.

É a vida que segue...

No dia 03 de agosto passado morreu a Juliana, 32 anos de vida. No dia 04 de agosto passado nasceu a Clara. O que tem a ver uma coisa com a outra? O pai da Juliana vem a ser o tio avô da Clara. A avó da Clara vem a ser a tia da Juliana. O encadeamento me leva a refletir sobre a dualidade da vida e da morte. Quando nascemos já começamos a morrer. No entanto, só nos conscientizamos disso quando os nossos entes queridos começam a nos deixar e aprendemos o lado dolorido da saudade. Quando nasce alguém, vislumbramos coisas boas e felizes, sentimos desejos de abraçar, rimos com o corpo e com a alma. Sequer lembramos que um dia aquele serzinho tão belo um dia morrerá. E isto é muito bom, porque se ficássemos a ruminar que podemos morrer a qualquer momento, ficaríamos paralizados e não viveríamos, ou, ao contrário viveríamos de forma sôfrega e desordenada na ânsia de fazer tudo que pudéssemos. Se não conseguirmos compreender, por que nos atormentarmos? E assim a vida segue, um dia de cada vez, um dia após o outro.
Minha vida é hoje! Meu hoje está pleno do meu passado e que venha o futuro. Mas enquanto ele não chega, vivo o hoje.
Vai em paz, Juliana. Que Deus te guarde. Bem vinda, Clara. Que Deus guie teus passos e te abençoe sempre.
Enquanto isso, a tia avó da Juliana, tia bivó da Clara, completará 100 anos no próximo dia 15 de agosto.
É a vida que segue...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

É só isso?

À medida que o tempo passa, que avançamos em anos vividos, vamos assimilando mais e mais que o nosso corpo carnal não é imortal. A cada morte de um ente querido, de um conhecido, pensamos com relutância na morte. Passados alguns dias, esquecemos que vamos morrer, até o dia em que outro ente querido ou próximo morre. Então, novamente perplexos, nos perguntamos: é só isso? Nascemos, crescemos, crescemos, crescemos, e depois morremos? É só o corpo que morre? Há vida depois da morte? Para onde vamos? De onde viemos? São questões sem respostas racionais. As explicações filosóficas ou religiosas nos levam a mais questionamentos e nenhuma certeza, a não ser de que um dia morreremos.

Como bem ilustra a parábola:

"Há muito tempo, no Tibete, uma mulher viu seu filho, ainda bebê, adoecer e morrer em seus braços, sem que ela nada pudesse fazer. Desesperada, saiu pelas ruas implorando que alguém a ajudasse a encontrar um remédio que pudesse curar a morte do filho. Como ninguém podia ajudá-la, a mulher procurou um mestre budista, colocou o corpo da criança a seus pés e falou sobre a profunda tristeza que a estava abatendo. O mestre, então, respondeu que havia, sim, uma solução para a sua dor. Ela deveria voltar à cidade e trazer para ele uma semente de mostarda nascida em uma casa onde nunca tivesse ocorrido uma perda. A mulher partiu, exultante, em busca da semente. Foi de casa em casa. Sempre ouvindo as mesmas respostas. "Muita gente já morreu nessa casa"; "Desculpe, já houve morte em nossa família"; "Aqui nós já perdemos um bebê também." Depois de vencer a cidade inteira sem conseguir a semente de mostarda pedida pelo mestre, a mulher compreendeu a lição.

Voltou a ele e disse: "O sofrimento me cegou a ponto de eu imaginar que era a única pessoa que sofria nas mãos da morte"."

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Aquela que um dia será

De Mensagens Poéticas
Aquela que um dia será
ceci agapinheiro

Ontem vi a lua
crescendo
suas crateras seu brilho
tão pertinho quase podendo tocar com as mãos...
Mas não podia...
fechei os olhos e voei por uns dias...
amanheci entardeci e nunca anoiteci...
até hoje
quando olhei e vi a lua cheia
a me chamar para celebrar a vida
a minha vida
que enfim me traz não mais enclausurada
livre e sábia
não da sabedoria irrefutável
mas da sabedoria mutável
que prescinde do novo para aprender
que me tem verbo transitivo
Hoje sou aquela que nunca foi
Aquela que um dia será
Hoje eu sou a felicidade
Fortaleza, 30 de julho de 2010