sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011!



















Sem ter programado nada, mergulhei em dias contraditórios. De um lado, obras em casa que não vão ser concluídas antes do ano terminar. De outro lado, minha solidão se consolida. Uma solidão que não me traz tristeza, mas que forja no meu espírito uma certa letargia diante do inevitável. Não tenho certeza ou convicção de que quero sair dessa situação. Estou estranhamente feliz comigo mesma: por ter sido forte o suficiente para superar meus piores momentos, por continuar lutando no enfrentamento dos meus fantasmas, por nunca ter deixado de sorrir, por ter deixado as lágrimas me renovarem, por ter tido coragem, por não ter desistido, por ter mergulhado no maior sofrimento, depois de um sofrimento que pensara ter sido o maior, e ter conseguido emergir mais sábia.


Pessoas queridas partiram, ressurgiram, chegaram e ficaram.

A terra continuou girando, os terremotos, as secas, as inundações, os incêndios, a natureza toda continuou no seu ciclo vital. Guerras eclodiram ou continuaram.

Cumpri os meus rituais: arrumei os armários e gavetas, livros e escritos, roupas e calçados. Joguei fora uns, doei outros. Fiz balanço pessoal, fiz promessas que vou cumprir como sempre.

De repente, dei-me conta da minha finitude, mas também da minha imortalidade.

Quando eu me for, terei sido feliz, apesar dos pesares. Terei feito rastros...

Que venha 2011!