quarta-feira, 30 de junho de 2010














Não sei porque
mas de qualquer forma parece
que muitas pessoas habitam meu pensamento.

Takuboku Ishikawa

quarta-feira, 23 de junho de 2010

De como a natureza me fascina


das antigas
Upload feito originalmente por ceciverdadeira

Numa tarde, alguns dias já passados, resolvi ir ao Zé do Mangue par tirar fotos, somente. Não imaginava que iria ficar em transe com a luz daquela tarde e daquele momento, com a brisa acariciante que me envolveu, com a quietude, com os sons.
Foi uma tarde fascinante, que nunca esquecerei.

sábado, 19 de junho de 2010

Sábado Poético

Soneto da Perdida Esperança
Carlos Drumond de Andrade,
in Brejo das Almas

Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre o meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa

como um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer."

foto de Fundação José Saramago (Flickr)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Viagem do Elefante - José Saramago

Trata-se de um magistral conto, a começar pelo tamanho, o exato tamnho de um romance. O Autor afirma que se não tivesse sido convidado por Gilda Lopes da Encarnação a falar para os alunos da Universidade de Salzburgo, se não tivesse sido convidado para jantar no restaurante O Elefante, o livro não existiria.
No  restaurante, umas pequenas esculturas de madeira dispostas em fila sendo a primeira representativa da Torre de Belém, em Portugal, seguida de outras representativas de edifícios e monumentos europeus, sugerindo um itinerário,suscitaram a curiosidade do escritor, o que o levou a um questionamento sobre o que era aquilo. A resposta veio alimentar a sua genialidade e imediata construção de um roteiro para uma história recheada de considerações sobre a natureza  humana e elefantina, além de uma descrição fidedigna da Europa naqueles anos de 1551 e 1552.
Tudo começa quando dom João III e sua mulher, Catarina d'Austria resolvem oferecer o elefante como presente de casamento ao arquiduque austríaco Maximiliano II, recém casado com a filha do imperador Carlos V.
A viagem  para levar o elefante ao destino dura meses e passa por Portugal, Espanha e Itália e parte da Áustria até a capital, Viena. Misturando fatos históricos e imaginários, o extraordinário José Saramago descreve o que foi aquela travessia eivada de contratempos naturais e movida pelo espírito forte de homens determinados a cumprir a sua missão. No entremeio dessa prosa poética, o autor discorre sobre as pessoas, os animais, as cidades, o trabalho, sobre a realeza e as forças da natureza, além de questões puramente filosóficas.
Na chegada a Viena, a descrição da cena em que o elefante pega e levanta com a tromba uma menina que se precipitara correndo em sua direção, evitando que a mesma seja esmagada pelas suas patas, e a entrega nos braços dos pais assustados e comovidos. Aí, reside o fato pelo qual o elefante nunca mais foi esquecido, apesar de sua morte dois anos depois. São fatos históricos devidamente registrados contados de uma forma muitíssimo inteligente.
Uma leitura imperdível.