sexta-feira, 5 de março de 2010

Simples assim...

Ser simples é uma postura de vida. É uma decisão que tomamos de descomplicar. Não significa contentar-se com o mínimo, pois, isso é ser simplório. Li um artigo do Eugênio Mussak sobre o assunto, que lista com muita propriedade, as principais carcaterísticas das pessoas simples:

  • "são desapegadas: não acumulam coisas, fazem uso racional de suas posses, doam o que não vão usar mais.
  • são assertivas: vão direto ao ponto com naturalidade, mesmo que seja para dizer não, sem medo de decepcionar, não enrolam, nem sofisticam o vocabulário desnecessariamente.
  • enxergam beleza em tudo: em uma flor no campo, em um quadro de Renoir; em uma modinha de viola e em uma sinfonia de Mahler; em um pastel de feira e na alta gastronomia.
  • tem bom humor: são capazes de rir de si mesmas e, mesmo diante das dificuldades, fazem comentários engraçados, reduzindo os problemas à dimensão do trivial.
  • são honestas: consideram a verdade acima de tudo, pois ela é sempre simples e, ainda que possa ser dura, é a maneira mais segura de se relacionar com o mundo."

Muitas das vezes que amei fui traída. Não falo da traição física, mas da traição do coração, que leva ao fingimento, à falta de lealdade, à falta de benevolência.

Poderia ter colocado a culpa nos traidores, eximindo-me de culpa. Poderia ter colocado toda a culpa em mim, auto afirmando que não soube amar.

Mas nada disso seria real, pois tudo começou na infância, quando minha percepção de mundo era o meu núcleo familiar, quando meus amores eram meu pai e minha mãe. E continuou vida afora, com a cicratiz bem visível, que ao longo do tempo foi esmaecendo e hoje está quase invisível.

Em cada fase tive uma nova compreensão e o coração foi abrandando pelo amor que nunca deixei de sentir. Hoje posso dizer que algumas vezes não fui traída, mas senti-me traída. Outras vezes fui traída, sim, mas ninguém tem culpa. A vida entrelaçou muitos sentimentos e deu no que deu na minha vida.

Hoje posso dizer que sou feliz, simplesmente feliz, ainda a procura de mais...

A Procura
cora coralina

Andei pelos caminhos da Vida.
Caminhei pelas ruas do Destino --
procurando meu signo.
Bati na porta da Fortuna,
mandou dizer que não estava.
Bati na porta da Fama,
falou que não podia atender.
Procurei a casa da Felicidade,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha se mudado
sem deixar novo endereço.
Procurei a morada da Fortaleza.
Ela me fez entrar: deu-me veste nova,
perfumou-me os cabelos,
fez-me beber de seu vinho.
Acertei o meu caminho.

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