quarta-feira, 4 de agosto de 2010

É só isso?

À medida que o tempo passa, que avançamos em anos vividos, vamos assimilando mais e mais que o nosso corpo carnal não é imortal. A cada morte de um ente querido, de um conhecido, pensamos com relutância na morte. Passados alguns dias, esquecemos que vamos morrer, até o dia em que outro ente querido ou próximo morre. Então, novamente perplexos, nos perguntamos: é só isso? Nascemos, crescemos, crescemos, crescemos, e depois morremos? É só o corpo que morre? Há vida depois da morte? Para onde vamos? De onde viemos? São questões sem respostas racionais. As explicações filosóficas ou religiosas nos levam a mais questionamentos e nenhuma certeza, a não ser de que um dia morreremos.

Como bem ilustra a parábola:

"Há muito tempo, no Tibete, uma mulher viu seu filho, ainda bebê, adoecer e morrer em seus braços, sem que ela nada pudesse fazer. Desesperada, saiu pelas ruas implorando que alguém a ajudasse a encontrar um remédio que pudesse curar a morte do filho. Como ninguém podia ajudá-la, a mulher procurou um mestre budista, colocou o corpo da criança a seus pés e falou sobre a profunda tristeza que a estava abatendo. O mestre, então, respondeu que havia, sim, uma solução para a sua dor. Ela deveria voltar à cidade e trazer para ele uma semente de mostarda nascida em uma casa onde nunca tivesse ocorrido uma perda. A mulher partiu, exultante, em busca da semente. Foi de casa em casa. Sempre ouvindo as mesmas respostas. "Muita gente já morreu nessa casa"; "Desculpe, já houve morte em nossa família"; "Aqui nós já perdemos um bebê também." Depois de vencer a cidade inteira sem conseguir a semente de mostarda pedida pelo mestre, a mulher compreendeu a lição.

Voltou a ele e disse: "O sofrimento me cegou a ponto de eu imaginar que era a única pessoa que sofria nas mãos da morte"."

2 comentários:

  1. Sempre reflito sobre nossa condição de terráqueos. Todos nós, humanos, animais, micróbios, vegetais, fungos... O eterno fluxo de nascer e renascer, se é que é assim mesmo... Para que tudo isso? Ceci, além de artesão também sou blogueiro, e criei dois blogs coletivos. Será que vc não gostaria de nos prestigiar com algumas postagens? Meu e-mail está no Artesanato Mineral e no perfil do blogger. Um grande abraço, amiga!!!

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  2. Felipe: mandei um mail pra ti. Abraço.

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