quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aqueles que pedem JUSTIÇA serão justos?

Crimes acontecem diariamente ao nosso lado e não ligamos porque não é conosco. Somente o que nos afeta pessoalmente consegue nos tirar da letargia em que mergulhamos.

Mas de vez em quando, principalmente quando a vítima é uma criança branca, loura e bonita, a comoção toma conta da massa, que de repente se mobiliza e se indigna e pede justiça com todo o vigor. Quantas crianças negras e miseráveis são estupradas e abusadas e ninguém se comove, ninguém liga, ninguém vê, ninguém ouve, ninguém faz nada.

O próprio estuprador e assassino confesso foi abusado quando criança e ninguém ligou. A nossa indiferença e falta de compaixão tem sido a pedra que rola e agrega mais e mais miséria, inchando até que um dia explode, sem que tenhamos controle. Nós deveríamos nos indignar sempre, inclusive quando esses falsos moralistas que invadem a casa do assassino e roubam e depredam, e exercitam seu ódio, esquecendo que lá mora uma mâe, que sofre mais do que todo mundo. Nós deveríamos nos indignar, mas não deveríamos odiar.

O ódio embrutece a alma, o ódio cega e tira a lucidez mental, o ódio corrompe toda a nossa estrutura afetiva e nos tira a dignidade. O ódio nos leva a praticar atos, tão ou mais indignos do que os atos praticados pelos bandidos e assassinos.

Que tal, exigir das autoridades o rigoroso cumprimento da lei para todos? Que tal eleger pessoas diferentes dessas que estão aí roubando e adotando outros comportamentos indignos? Que tal irmos à luta para mudar as regras que não estão dando certo? Que tal cobrarmos das autoridades o cumprimentos de todas as ações saneadoras de curto e de longo prazo. Em vez de assistir um filme contando a vida de um fulano, falsificada em muitos fatos para comover a opinião pública, vamos meditar que as nossas vidas dariam um filme mais comovente do que aquele, mas não precisamos nos fazer de vítimas.

Precisamos ser honestos, solidários com o sofrimento, principalmente dos mais desfavorecidos. Podemos dar esmolas num momento crucial, sim. Mas se não oferecermos trabalho, nada teremos feito, pois sem condição de sobrevivência própria, não se consegue viver. Que tal cobrar das autoriadades as ações necessárias ao fortalecimento empresarial para criar vagas de trabalho, sem aumentar mais ainda as despesa públicas?

Que tal?

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