segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Verdade?

Uma coisa é o que é, e não o que se diz ser. A medida da verdade(como correspondência) é o ser ou a coisa, não o pensamento ou o discurso. No entanto, o enunciado da verdade pode ser sobejamente manipulado por quem enuncia e também por quem ouve, dependendo do preparo intelectual ou moral de um ou de outro.

Em sociedade as pessoas enquadram-se nos padrões estabelecidos para serem bemquistas e admiradas. As que não se enquadram são duramente questionadas e discriminadas. As minorias organizam-sem em guetos não porque querem, mas porque são levadas a isso, em face do isolamento que lhes é imposto.

As famílias são projeções da sociedade. E no seu núcleo ocorrem, em menor escala, os mesmos fenômenos ocorridos em larga escala na sociedade.

A verdade, aqui, como lá, pode ser manipulada, inclusive propositalmente, para atingir uma finalidade pérfida ou para alimentar um sentimento igualmente pérfido, como a inveja e o egoísmo.

A manipulação da verdade pode cegar, a ponto de se pensar ser verdade uma mentira formulada com frequência. Mas a verdade permanece verdade. Isso é importante, mas não garante que um dia ela será resgatada.

Em minha vida tenho que lidar com esse fato todos os dias. Quando leio os jornais diários, quando assisto à TV, quando me relaciono com a família e os amigos. E me pergunto sempre: qual o prazer de incorporar uma mentira como verdade, principalmente se tal ato vai prejudicar a vida de alguém, ou de uma comunidade?

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A finalidade da vida é, para cada um
de nós, o aperfeiçoamento, a realização
plena de nossa personalidade.

Hoje, cada qual tem medo de si próprio:
esquece o maior dos deveres: o dever
que tem consigo mesmo.

Naturalmente, o homem é caridoso.
Dá de comer ao faminto, veste o
maltrapilho. Mas a sua alma é que
sente fome e anda nua.
O Retrato, de Oscar Wilde, fragmentos. Legrand

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